domingo, 25 de julho de 2010

16 - Hora da Verdade

No caminho de casa fui calada, não falei nenhuma palavra, estava tomando coragem pra dizer tudo o que tinha acontecido.
Cheguei em casa e pedi para que me esperassem na sala, juntos. Fui tomar banho. Chorei. Chorei como uma menininha que precisava de colo, como um cão que perde seu dono, ou até mesmo como alguem chora em um velório. Troquei de roupa e fui para a sala, vi estampado no rosto de todos a curiosidade de saber o que aconteceu, mas vi no fundo dos olhos de cada um, a felicidade de me terem alí, bem. Mamãe preparou um chocolate quente, sentamos todos no sofá, e pronto, chegou a hora da verdade.
Alicia: Gente, sei que devem estar curiosos para saber o que aconteceu, mas antes de começar a contar a história, confesso que estou feliz de tê-los comigo, preocupados, as vezes nervosos, mas estão comigo, e nada me faria mais feliz do que ver minha família assim, junta. Eu sei que alguns de vocês podem querer me matar, outros podem me odiar ou se chatiarem, mas saiba que eu estou arrependida, e eu amo muito, muito vocês.
Pai: Fala filha, estamos angustiados.
Alicia: Eu estava confusa, meio abalada com o termino do namoro, e por mais que eu esteje com outro que me faça bem mais feliz, o Mateus ainda mexia com meu coração. Então em um domingo que eu fui à praça tomar sorvete, ele veio pra perto de mim, e disse coisas lindas, coisas que já mais tinha dito antes, e ele me beijou, eu não quiz, mas aconteceu. - Doeu. Doeu muito dizer isso, só não doeu mais tanto como ver a decepção no rosto do Gustavo. - Eu o soltei e saí, voltei pra casa, eu achava que não, mas ainda gostava dele. O Mateus me ligava e eu sempre disfarçava. Ele me iludia. Foi quando ele me chamou pra matar aula, e ir com ele para a Serra do Cipó. Eu não queria ir, sabia que era errado, mas não consegui negar, então fui, com o coração apertado, mas fui. Chegando lá, ele começou com um papo estranho, e tentou... tentou... vocês sabem. Daí eu sai correndo, pela mata a fora, até chegar à estrada, quando peguei um ônibus, e fui parar em Jaboticatubas, liguei pro gustavo, e como tinha perdido o resto do meu dinheiro, fui andando, mas era muito longe, e com isso peguei uma carona com aquela mulher. Quando percebi que ela não era do bem, eu tentei avisar a vocês e à policia. E foi isso.
Jorrando àgua pelos olhos eu terminei de contar. Pude ver a decepção dos meus pais, mas nada compara com a dor que eu vi entre os olhos do Gustavo. Com os olhos cheios d'água, ele disse:
Gustavo: Por favor, me dê licença. - disse se levantando.
Eu fui atráz dele:
Alicia: Amor espera, por favor vamos conversar.
Gustavo: Não tem mais nada pra conversar Alicia, eu já entendi tudo e...
Eu o entenrrompi:
Alicia: Gustavo calma, eu errei, mas acho que ja me castiguei o bastante, só de te ver assim eu fico triste.
Gustavo: É? e eu fico como? Quer saber Alicia? Acabou!
E ele foi embora. Eu me sentei na porta e chorei. Eu sabia que tudo acabaria assim, só não queria acreditar. Eu fui até meus pais e eles disseram, vá pro seu quarto Alicia, está de castigo.
Eu aceito todas as consequências, naquele momento eu queria apenas sumir, desaparecer.

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